lembro-me da minha mãe
a dizer que o intervalo entre
o espaço e o tempo
estava na covinha linda
que eu conseguia fazer com as minhas mãos,
deu-me um abraço aconchegante,
afagou-me os cabelos,
e depois deixámo-nos
ambos no amor insuflado
da chuva que caía,
senti-me sentido entre
os minutos que pareciam
cantar,
e ela disse-me o mundo,
e explicou-me sonhos
que queria para mim,
esforcei-me por entender,
transfigurei-me em tantos olhos ao mesmo
tempo,
naquele par de pupilas
que achou o amor em
resquícios de folhas
queimadas no prado
a perder de vista,
no que chorando achou
melhor deixar a existência progredir em versos que nem sequer entendia,
e até nos que por aqui
passam sem que ninguém repare neles,
fui feliz quando tão pouco parecia existir para que não o fosse,...
e hoje o abraço,
e o sorriso da inocência,
e o amor das pequenas
coisas que parecendo sem sentido,
conseguem mover o mundo,
e eu que me acho tão
pouco para fazer o
que antes observei....
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