2010/05/05

Texto #96

De todas as ruas feitas ácido, salvava-se aquela das flores de sombra. A da mulher do fato escuro, com pés de vento, e sintomas de querer, sem desejar. Passeei-me pelas frestas sangrentas das pedras da calçada de fados. Cantava baixinho o desejo, naquele amanhecer encantado. Como a sereia que ali me trouxera. Sou o que escreveu poemas baratos. Coisas sem sentido, esforçadas, mas que dissecadas só encantavam o ar. Nada mais.

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