2017/09/25

Laços


Não gostava de fazer pouco das pessoas. Só se ria á socapa quando aquela senhora mais cheinha e com ilusões desfeitas só por se cruzar com qualquer pessoa ao início de qualquer manhã, se arrastava junto a ele. Por isso achava se respeitador de todos. E por isso credor do boa tarde, e dos até amanhãs desmesuradamente falsos que todos os dias enchem o mundo. Mas um dia as coisas mudaram. Resolveu insultar pelo simples prazer de o fazer. Talvez por qualquer coisa que tivesse comido na véspera. 
Fê-lo com o filho adolescente da vizinha do terceiro andar. O rapaz mancava um pouco. Devia ter uma perna mais comprida que a outra.
Num dia de manhã chegou se ao pé do jovem e disse lhe algo que ninguém percebeu. O miúdo ficou branco, a princípio conteve o choro, mas depois desfez se em insegurança com as lágrimas frias a rolarem lhe pelo rosto.
A coisa deu discussão. Arrastou se por alguns dias. E por isso foi obrigado a mudar se. 
Hoje vive à beira de uma Horta. Sem ninguém com quem falar. A não ser duas macieiras que já parecem mortas. 

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