2020/10/28

Lisboa a salto


 Rua do ouro,

Setenta e dois,

Junto à árvore morta, 

À entrada do talho,

Um livro perdido aberto na página rasgada,

Com um homem desorientado a fixar as letras,

Está muito vento,

Ninguém se apercebe do tempo envolvido em jornais, 

Rebolando pelas ruas como um cavalo sem freio,

E sem dono,...


A possibilidade de redenção é  um cenário aparente,

Mas perde força,... 


Rua do ouro,

Cem,

Morreu uma mulher sozinha,

Chorou em seco anos a fio,

Até o ar se esvaziar,

Como um balão que perde o contorno,

E desmaia gradualmente


6 comentários:

  1. Lisboa, rua do ouro, um lugar familiar com os seus acontecimentos e os seus dramas.
    Bom Dia.

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  2. "Um livro perdido aberto na página rasgada,

    Com um homem desorientado a fixar as letras,

    Está muito vento,

    Ninguém se apercebe do tempo envolvido em jornais,

    Rebolando pelas ruas como um cavalo sem freio,

    E sem dono..."

    Fosse o poema, apenas estes versos e já me contentaria.

    O resto seria completado pela presença da malograda Alice Cruz, que reconheci de imediato, e as palavras do Prof. que venero. Aqui, já a ficar com poucos dentes e alguma surdez. :(

    Um abraço. :-)

    Janita

    Lamento mas não consigo comentar de outro modo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Agradecido por ter melhorado e muito o meu pobre devaneio poético
      😉

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  3. As ruas mostram de tudo e esse tudo pesa mais para o lado das ocorrências que nos tocam. Seus versos o mostram, lindamente. Abraço.

    ResponderEliminar

Acha disto que....

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