2020/10/11

Grito

 é o suficiente dizeres que me travisto de amor, 

que não reconheço as precisas medidas do medo, 

só porque me mandas afastar dele,....


e há tanta mentira nisto que arredondo com letras falsas, 

se me disseres que entendes, 

também cheirará a falso, 

com o mesmo cheiro que encontramos nos negócios de flores, 

junto aos cemitérios, 

quando as pessoas se recordam dos mortos a fugir,.... 


 e há o relógio da hesitação, 

e uma pequena caixa com anotações de todos aqueles anos que passaram na asa de um pássaro, 

e há a água apodrecida que sobrou do sexo que fizemos em sonhos,.... 


e um manuscrito, 

uma coisa tosca, 

feia, 

aparada nas pontas, 

a primeira manifestação de liberdade que caguei em décadas, 

e estava perdida não sei onde, 

nos cantos por onde não sei onde fecho os olhos só o tempo suficiente,.... 


há tudo quanto não queiras, 

porque o que quero não tem cor, 

nem dor, 

só lousa para esboçar a giz o chiar desta dor que me acabrunha





6 comentários:

  1. Um poema que dá a entender que alguém não valoriza aquilo que temos para dar.
    Boa Tarde.

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    Respostas
    1. Talvez. É uma interpretação possível
      😊
      Obrigado pela presença

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  2. Palavras... na maioria das vezes, necessárias para mostrar sentimentos, gravados na lousa da vida.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim. Penso que é isso.
      Foi uma coisa sem sentido que me saiu de uma penada obrigado pela presença
      😊

      Eliminar
  3. Hum...
    Em dia de negação...
    Passagens profundas, mas algumas com alguma mágoa ou mesmo raiva.
    Forte!

    ;(

    ResponderEliminar

Acha disto que....

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