2021/08/09

Pequenas ondas carmesins

 


A única carne que restava nesta mão,

Eram finos estiletes rosados,

Como se fossem fios que bordavam como bainhas de mãe nas calças inseguras dos meninos,

A réstia de vida que ali restava,... 


E passei por mais outra,

E outra mão assim,

E só então percebi que por mim desabava uma tempestade malograda,

A que talvez fosse a última antes que me tornasse o inimigo de classe,

De que já me acusavam ser há muito tempo,...


Restava-me a investigar pequenas porções de areia daquela praia,

Ao mesmo tempo que esperava pelo inverso de mim, 

Aninhado junto às pequenas ondas carmesins, 

Que se desfaziam ao entardecer


10 comentários:

  1. Um momento humano de confusão até na visão da cor das ondas e do perigo de se tornar um inimigo de classe.

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    1. Uma distopia alcançavel, e necessariamente confusa
      Obrigado pela presença

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  2. Gosto tanto dos tons carmesim, que não excluo a possibilidade de o ver em (quase) tudo o que me rodeia.

    Um abraço, boa semana. :)

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    1. Muito obrigado.
      É sinal de trabalho bem feito de quem escreve
      🙂

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  3. Como areia escapando por entre os dedos... de mão em mão.
    Não fechemos as mãos, abramo-las ao encontro do outro que nos estende a sua.

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    1. Um excelente complemento para um poema que considero intimista
      🙂
      Obrigado pela presença

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  4. Gostei imenso do vídeo, e do poema também, claro!
    Às vezes os tons carmesim invadem-nos de tal forma, que acabamos por ficar confusos.
    Mas ao entardecer, junto às ondas, tudo fica mais claro.

    Desejo uma semana feliz
    Beijinhos
    MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

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  5. Tudo se desfaz ao entardecer. Menos o que trazemos em nós de valores e conquistas. Não importa a cor. Mas sim O momento presente.

    Beijinhos pra ti Porventura !!!

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