2020/11/05

Praia alienante

 

as pessoas são ilegais,
merecem um grito num
grande descampado,
a insultar a res pública e
o conluio daquilo que
elas nos oferecem,...

há tanta raiva,
     momentos inadaptados quando
estas pessoas se afirmam numa 
lonjura,
   difícil de entender,...

e tu também,
com poros excitados de ditador,
e     as narinas a dizerem flores,
a ti também te considero ilegal,
no sentido de que não há
tempo a perder,
   quando se volta atrás em espaços
que não cabem na ânsia de chorar,...

acho o fado,
   tanto choro que verti para
entender isto,
que no fundo,
escapa a qualquer perceção,...

  se reduzido
fiquei   ao poema insuficiente,
a culpa será do que de ilegal este momento
teve,
enquanto a embarcação em
mar alto,
se afasta desta praia

8 comentários:

  1. A legalidade depende do poder dos que determinam o que é legal.
    Boa Noite

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  2. Excelente poema.
    Que precisa de mais do que uma leitura.
    Abraço.

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  3. Você me levou aos imigrantes e a sua triste caminhada. Às legislações, aos impropérios. Talvez, por ser muito sensível a essa questão, a encontrei em minha leitura. Infelizmente, há um longo espaço entre leis e justiça. Abraço.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim. Acertou a análise.
      Não sei se consegui, mas a ideia foi tocar nos limites de uma polémica que mexe com o mundo há muitos anos.
      Ainda bem que a sinto sensível para isso.
      Obrigado pela presença

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  4. Um poema forte, desencantado. Por entre os meandros das palavras explícitas e as que se subentende on querem chegar, há todo um universo de seres humanos acorrentados a uma lei que os aniquila.
    Gostei da forma (muito sua) de abordar o conceito da legalidade.

    :-)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ainda bem.
      Fico feliz de já ter algum tipo de marca para deixar no que escrevo
      😊

      Eliminar

Acha disto que....

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