2020/11/28

Devir do tempo




 o ar pesava mais 

que um sorriso desnecessário,... 

havia inocência 
que pairava, 
aninhada em pétalas 
de dentes de leão, 
pelo menos a suficiente 
para que o enternecimento 
das pessoas fosse palpável,... 

não me doía a idade 
que já tinha, 
nem a que esperava vir a ter, 
só me sentia mal por não 
saber antecipar a carga política 
de momentos semelhantes, 
pus-me acocorado 
debaixo de uma árvore, 
de copa frondosa, 
até porque chovia, 
e já conhecia a envolvência 
do devir do tempo para me proteger,....
 adivinhei, 
deitei-me a adivinhar, 
e fiz mais qualquer coisa 
do que o teórico, 
quiçá teológico,.... 

e o fim veio desenhado,
pintado com o ocre
da solidão

12 comentários:

  1. O encontro consigo próprio... e sozinho.
    Boa Noite

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  2. Um poemas tão belo acabar em solidão, não agrada a quem como eu gosta de finais felizes.
    Noite Feliz, então! :-)


    ResponderEliminar
  3. Vilões e heróis estarão sempre nos caminhos, independente de estar longe a época da inocência. Embrenham-se na vida, no mundo, onde, de certa forma, sempre estaremos sós. Abraço.

    ResponderEliminar
  4. Atrás do tempo, tempo vem, e um homem solitário por opção é um eremita.
    Abraço.
    Juvenal Nunes

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    Respostas
    1. Concordo perfeitamente juvenal.
      Un homem solitário não tem pouso.
      Não se sente bem em lado nenhum
      Obrigado pela presença

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  5. A solidão nem sempre é má companhia. Por vezes sabe bem ouvir os sons do silêncio. Poema que acaba nesse silêncio. Muito bonito de ler.
    .
    Bom fim de semana

    ResponderEliminar

Acha disto que....

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