2008/06/27

Menina perfeita à chuva VIII

A terra parecia querer minar-lhe os desejos de superação. Sentia vozes cândidas a grassarem pelo ar fresco. Sussurros, que tão depressa se desfaziam no vento em crescendo, como o sufocavam, deixando o ar com a secura de um Verão em agonia.
O céu queria mimá-la. Oferecer-lhe um infinito de coisas boas, para que as coisas más se evaporassem com todo o mal.
Mau de ser, péssimo de parecer.
E o esforço para acalmar.
Menina Sol queria arrastar a alavanca que se partiu ao mudar o mundo. Queria levá-la consigo e, com ela, pensar em novas concepções de fixar as maleitas dos horizontes imutáveis. Eram realidades novas para ela, mas presentes com uma força que se auto-transformava. Eram linhas adoráveis. Mudas, mas educadas. Translúcidas, mas viçosas de tão adoráveis. Envolviam-na pelo coração. A princípio quase que se sentia assassinada. O peito alvo e cândido que teimava em esconder, ribombava com pancadas secas. As pernas eram presas, e depois reviradas com uma força centrífuga que a deixava às portas de um mundo alternativo.


#I, #II, #III, #IV, #V, #VI, #VII

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