fogo que é fogo,
arrefece o quente,
para me desfazer o toque,
quando a memória me foge,
feita em aço,....
resta-me o tempo,
que desliza limpo,
flui certinho,
faz amor com a terra,
que geme descontrolada,...
sou abandonado a mirar,
em rios de água selvagem,
que me tornam barro,
sem aviso,
só clemência,
pena de mim,
enquanto salto de mim,
sem esperar um fim,...
resta o que pode,
no agitar do restolho da tarde,
e a noite anuncia-se,
com estalar de uivos,
com uma brisa de limão,...
pausam na vida,
os velhos que já a sabem,
gritam anúncios de morte,
coisas sem cabeça,
que ardem ao vento de luz,
fé de quem já viveu,
e espera por uma manhã morna,...
percebo tarde,
mas ainda a tempo,
de abrir,
de me abrir,
ao fogo do tacto,
que aqui e ali,
é o que ainda vale a pena...
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