Ele: Se eu me distendesse em explicações obtusas sobre o sentido da vida, o que farias?
Ela: Provavelmente chamaria quem me ajudasse a compreender-te, sem te odiar.
Ele: Sabes que eu sei que se tu soubesses o que a vida sabe de ti, ninguém mais iria saber de nós, porque nós simplesmente iríamos deixar de saber o que é a sapiência de estar sem saber o que o amanhã trará.
Ela: Também gosto de fumar um cigarro quando me sinto frustrada.
Ele: E eu gosto de te sentir insegura, em especial quando o sol rompe e te diz que ainda estás viva.
Ela: Nunca me senti assim, insegura perante as discrepâncias da vida.
Ele: A existência prova-me o contrário. Nunca percebeste que se há um outro lado, quem lá está implica contigo em excesso.
Ela: É possível. Nunca fui metafísica, mas sou plenamente maiêutica. Defendo que quem me quer perceber, tem primeiro de perceber o que eu transpiro.
Ele: Nunca te achei filósofa o suficiente para entender essas divagações.
Ela: Também nunca me achei alienada. Mas sou realista. E o realismo dá comichão.
Ele: Comichão?
Ela: Sim. Por isso nunca viajo de autocarro. Além de detestar espaços fechados, tenho quase a certeza absoluta que as pessoas saem daquele recinto apertado a odiar-se umas às outras por minha causa.
Ele:....
Ela: Experimenta falar-me de axiologia. Como não tenho espírito, defendo-me com as glândulas sudoríparas.
2008/06/07
Gâmeta M. vs. Gâmeta F.
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