2008/06/19

Palhaço



palhaço desfrisado,
são coisas inergúmenas,
reminiscências pálidas
sem cor,
desfeitas no sal de uma vida
desinteressadamente interessante,
um cristo que ri de nós
desgovernadamente descontrolado,
nos corações quentes,
despertam invernos que se aninham em corações indulgentes,
do que me resta à vista,
um nojo que não acaba,
apagado e aceso,
onde o que reflecte, promete,
e cheira a retrete,
onde se reflecte o que se promete...

o sorriso corta,
recorta sangue que aquece,
a alma e a esfinge,
mãos em mira de céu,
que regozija com a visão,
da carne amorfa,
do sentir de caleidoscópio,
do querer que borbulha,
inergúmeno depois de analisado?

sim, porque o não,
não desgraça a graça....

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