2021/03/16

Já custa a escrever

À cerca da meia noite,...

   está tanta coisa inutilizada porque a indecisão sempre vence,...

O senhor de todos aqueles olhos sentava-se sozinho. Queria grandeza, um desígnio inofensivo de poder. Dizia-o sozinho, enquanto fazia círculos intermináveis no tempo, com a cínica comida dos pobres de todos os dias.

Há mais qualquer sensação até que se vire esta página. Somam-se dois mais dois, e um velhote à beira do fim da vida suplica por atenção,...

   já custa a escrever. Os dedos doem. É propositado que toda a música do mundo soe mal num dia de final de ano. A criação  está a acabar. Os propósitos de novidade já não têm a mesma forma.

   O universo já foi digno de solitárias incursões por uma construção de personagem que valesse a pena. Agora já não... 



4 comentários:

  1. Respostas
    1. O surrealismo deste texto preza se a muitas interpretações
      😊
      Obrigado pela presença

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  2. Infiro do texto um cero desânimo. Sempre o homem se moveu na procura do sentido da vida, consciente da sua finitude, inquieto e mesquinho perante a consciência da sua futilidade.
    O que é a vida, senão um ser a pedir a atenção de outro.
    Abraço amigo.
    Juvenal Nunes

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    1. E inferiu bem amigo juvenal
      Só um exercício de criação de personagem
      Abraço e grato pela atenção

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Acha disto que....