Notava-se a diferença dentro deste ano,
com meses que demoravam a passar,
e dias estranhos,
como duas rosas estremunhadas
que acordam da noite cega,
não havia conversa possível
para as pessoas,
sentia-me incapaz de
te explicar a bússola,
por onde hás-de ir
quando ao voltares
percas a vontade de regressar,
deixava-te assim um lápis
na mão,
uma coisa tosca,
apenas algo com que
pudesses rabiscar o desejo,
e vesti-lo de sombrias hesitações,
e à volta dele depois voltasse
a haver tempo,
porque sentia a falta dele,
dos minutos a espernearem,
dos segundos que os ouvia a
conversar como velhas que
vomitam só escatologias,
sem o saberem,...
Há margem agora
para um beijo
Um poema pouco explicito mas cuja acção acaba bem. Boa noite.
ResponderEliminar, 😊
EliminarObrigado pela presença e reconhecimento da pouca explicitação do poema
😊
Pareceu-me que, embora sem explicação, a bússola funcionou, já que, só com a volta, haveria a possibilidade do beijo. Abraço.
ResponderEliminarUma leitura brilhante
Eliminar😊
Sempre grato por sua leitura