2021/01/26

Burilar

 Escrevo a minha loucura,

Não como se me quisesse desculpar,

Aliás não será a minha culpa,

No sentido arredondado do termo,

Sentir que a palavra me burila dentro da minha própria casa,

Como que as paredes se encolham a ponto de me esmagar os ossos,

Viciar as entranhas,...


A sentir-me vivo com tudo isto,

Mas com uma série de entidades sem rosto a ratificarem estes devaneios,

Fazendo de mim exemplo de um qualquer tratado de psiquiatria clínica,

Com capa rasa,

E público inculto e seduzivel,...


E perdão se me inspiro na falha que existe entre o razoável, 

E o desesperante, 

Talvez já seja vício, 

De aprender a conviver com esta loucura 




10 comentários:

  1. Isso não é loucura é a luta com as palavras.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Que pode levar à loucura.
      Todas as guerras destroem
      Obrigado pela presença

      Eliminar
  2. Um poema tremendamente inquietante e desassossegado.
    Mas belo, muito belo!

    Boa noite, Miguel.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado janita.
      Bom dia.
      Sabe bem ler estas coisas logo de manhã
      😊

      Eliminar
  3. Por vezes o silêncio da solidão leva-nos a pensar na loucura. Não numa loucura mental, mas sim, numa loucura de pensamento e vazio de palavras. Não é o seu caso,. pois as palavras, feitas versos, deste seu poema são...simplesmente uma "loucura" brilhante.
    .
    Saudação amiga
    Cuide-se
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

    ResponderEliminar
  4. Adoraria ter um nome
    para por nos comentários.
    Sou Catiaho (pronuncia-se Catiarrô).
    Gosto de por o nome de quem
    leio nos blogs.
    Adorei seu texto
    e essa loucura é a
    sanidade de nós poetas.
    Bjins
    CatiahoAlc.

    ResponderEliminar
  5. Uma loucura que é vida e cujos traçados são por demais irregulares. Um lindo poema. Abraço.

    ResponderEliminar

Acha disto que....