2021/01/29

fiéis da transparência

 eu não podia tocar de ouvido,

nem ouvir o que restasse de uma 

sextilha de sons,

mal tocados,

irrisórios,

que passavam pelos intervalos do ar,

até lamber a desfaçatez habitual da 

distração das pessoas,....


não percebia,

ao dizeres-me que a audição dos

que amamos,

é oca,

sem miolo de esquecimento,...


e por não perceber,

arrastava o meu corpo na

areia,

de todas as praias que conseguisse,

desenhando nomes inconcebíveis,

datas que hão-de vir,

sentimentos por inventar,

à espera se calhar que o tempo

inche,

e expluda,

e só restemos nós,

como fiéis da transparência




6 comentários:

  1. O desconhecimento do que nos espera apresenta-nos ideias inconcebiveis do que será o futuro.

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    1. O futuro assusta me
      Assusta nos
      É um monstro invisível que nos pode matar e destruir
      Triste, mas real
      Obrigado pela presença

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  2. Você fez um belo passeio poético, onde falhas de percepção e de entendimento justificam as interrogações e a conclusão do poeta, num compreensível misto de insegurança. Abraço.

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    1. Gostei da ideia de passeio poético
      😊
      Obrigado pela presença, como sempre

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  3. Poema em "viagem de pensamento" que muito gostei de ler. O imaginário não tem distância nem limites...nem transparências corretas.
    .
    Abraço … Cuide-se
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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    1. Agradeço:-)
      Só nos resta mesmo o pensamento neste tempo de terror que vivemos.
      Obrigado.

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