2021/07/08

Vociferar

 

Vociferar,

Era um verbo que conjugado,

Continuava a deixar o tampo da mesa liso,

E os outros tempos verbais imóveis,

Como sempre estiveram,...


Não haveria tempo para defender uma reposição de privilégios,

Era uma sociedade perdida no tempo,

E sem espaço para progredir mais que o óbvio,

E o doloroso,...


A mim competia-me definhar num projeto literário,

Que pelo menos tivesse arestas,

Cheirasse a inocência acabada de colher,

Para que se anulasse a vontade de vociferar 

8 comentários:

  1. Não ser possível repor previlégios, isso seria um progresso.

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  2. Mas, perante tantas coisas que acontecem à nossa volta, não é nada fácil anular a vontade de vociferar...
    Gostei muito, talvez um dos seus melhores poemas.
    Continuação de boa semana, caro Miguel.
    Abraço.

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    1. Agradeço Jaime.
      Valorizo e agradeço sempre a sua presença e comentários.
      :-)

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  3. Há que controlar a conjugação desse verbo.
    Bem sei que o feio, por vezes, sabe bem, liberta as más energias. Isso do socialmentem correcto e certo, da boa educação, estrangula-nos, asfixia-nos o desejo da justiça que tarda. Moderemos o verbo então, limitando-o às palavras que eu, em criança, dizia e depois ia confessar como um pecado s redimir. :-)
    Gostei muito do poema. Cheira a uma sã inocência, acabadinha de colher, qual fruto maduro...

    Um abraço.

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    1. É uma sa inocenc8a de desilusao interior, talvez o defina assim.
      Este nao se limitou a sair, como muitos outros.foi mais considerado
      😀
      Obrigado pela presença

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  4. Pois, nestes tempos, até mais que outrora, a par da lisura, vociferar tem que ser tempo verbal imperativo! Nada de definhamentos nem quaisquer outros apagamentos!

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    1. Vocifersr para mim é um verbo que nao gosto
      Soa me a falar entre dentes,e isso odeio
      🙂

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Acha disto que....