de um tempo,
dentro de um tempo,
ela não me ouvia,
como se o lugar se desprendesse
da razão,
e para ela o silêncio fosse o somar
de todas as coisas,
as mesmas que recordava de uma
hora sem formas,
que tinha ficado lá atrás,
e agora não existia mais,...
lembro-me de lhe dar
a precisão de uma presença,
tudo o que estar apenas trazia a mais
do que o falar,
do que o desnecessário do verbo sempre
que o gesto o suplanta,
mas ela não me ouvia,...
a cada manhã,
a cada segundo que trocávamos um olhar,
optava por se afastar mais,
e mais,
até que ao pé dela,
deixei de a ver,
como se o momento pesasse agora
mais que toda a história de
passos inconseguidos
Um poema que fala de uma situação comum, a falta de comunicação em que o que não fala acaba por se ausentar estando presente. Comum, muito comum.
ResponderEliminarSim.
EliminarDe novo uma análise certeira.
Obrigado pela presença
Essa é a consequência do distanciamento, que tudo mina, até chegar à invisibilidade. Gostei. Real.
ResponderEliminarAproveito para lhe desejar, desde já, um 2021 libertador, em todos os sentidos. Abraço.
Obrigado pela presença
EliminarUm cenário idílico levado ao extremo
😊
Que poema!
ResponderEliminarUm dos melhores que aqui li.
É real e por isso é doloroso.
É como falar para as paredes.
Mas está muito bem escrito.
Parabéns Senhor dos gatos.
Saúde
:)
Obrigado.
Eliminar😊
Eu tento. Às vezes consigo
Saúde 😘
Por vezes a saudade dói mesmo que poeticamente.
ResponderEliminar.
Feliz domingo
Cumprimentos
Sim poeticamente tudo é sempre mais exarcebado
EliminarAh, mas há os silêncios que gritam, gritam tanto... não são ouvidos, porque a indiferença, ou outro ruído, já falou mais alto no coração do interlocutor.
ResponderEliminarBom Domingo, Bom Ano, com as palavras certas e certeiras. :)
Os silêncios valem sempre o propósito de qualquer história
EliminarÀ conta deles já se escreveram lindas obras
😊
Bom Ano e obrigado pela presença