2021/09/27

Não medo

 


Tenho receio,

Não aquele medo corpóreo,

Com dentes e ilusão de grandeza próprios,

Receio de que doa para sempre,

E me falte o ar de cada vez que tento inspirar o mundo num daqueles dias de verso feliz,

Que parecem nunca esgotar-se para nosso deleite,...


Agora há amor nesta confissão,

Em passar para um rascunho de cantos rasgados,

Que a vida só me chega para os trocos,

E nunca conseguirei construir sonhos com ela,...


Tenho receio,

Portanto,

Não medo

6 comentários:

  1. Palavras e sentires tão profundos, tão reais, tão humanos.
    Se lhe quisermos chamar poema, temos forçosamente de lhe dar o nome: Poema Vida.

    É muito tocante e sente-se de dia para dia, o amadurecimento poético nas mensagens que o Miguel nos vai transmitindo.
    Quem sou eu para lhe dizer isto, mas é a impressão que me fica desde que comecei a acompanhar os seus escritos

    Boa noite.
    Fique bem.

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  2. Aproveitemos os momentos felizes, sem receio, mas cientes de que não perduram.

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  3. Gostei particularmente deste verso:
    "E me falte o ar de cada vez que tento inspirar o mundo num daqueles dias de verso feliz"

    O receio é o que prende o pé ao chão.

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    Respostas
    1. Sem duvida
      A cada dia que passa habituo me mais a essa ideia
      Obrigado pela presença

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Acha disto que....