Arrumou todas as coisas para partir. Nada mais a agarrava aquele lugar. As galinhas, como serões mal passados em família, pareciam querer indagar a razao, espreitando pelas redes amarelecidas das duas capoeiras.
Tinha duas vacas, e vinte ovelhas para entregar na aldeia, que era a umas boas duas léguas. Amanhou três pedaços de pão envelhecido num saco de pano, uma selha de água cheia até meio, para ficar fresca e deixar a voz pronta a disparar caso fosse necessária. Vestiu as calças que tinham sido do pai, os sapatos do irmão, cardados e russados, que ele lhe tinha deixado antes de ir para além mar. Pegou no apito de cana, que guardava na gaveta de cima do móvel da cozinha. Servia para impedir o tresmalhe de alguma ovelha, caso ele acontecesse. E saiu antes que do céu de zinco começasse a brotar a chuva que se esperava.Não sabia o que a podia esperar. Só tinha de sair dali...
O relato de um momento preparatório para o cumprimento de uma tarefa em que as galinhas inteligentemente se apercebem da partida da sua dona.
ResponderEliminarExatamente
EliminarComentário correto
Pois há tempo que
ResponderEliminaro melhor a fazer é mesmo sair
sem olhar pra trás.
Gostei do texto e o li em voz
alta para aproveirar bem
as palavras.
Bjins
CatiahoAlc.
Fico feliz por ter induzido uma leitura tão ativa e prazerosa
Eliminar😊
Obrigado pela presença