Tinha-me habituado a falar das pessoas,
Quando elas lá fora,
Se assemelhavam às formigas que eu tanto abominava,
Pensava isto sem sequer as ver,
Mas tudo o que segue encarreirado para um destino desconhecido,
De mim sempre mereceu desprezo,...
Havia um dia de chuva atrás de um dia mais ou menos,
Para depois vir outro dia de chuva,
E eu nem tinha o que comer,
Só pensava,
Azulava as minhas mãos,
Com o poder que tinha de cortar a circulação do sangue nas extremidades,
Sempre que pensava de mais,
Mas não conseguia parar de o fazer,...
Conseguia sequenciar uma boa série de minutos,
Basicamente a conjugar o verbo abominar,
E mantinha as mesmas queixas dos dias que não fazia isso,
Continuando a engordar,
Acentuar os meus problemas circulatórios,
E retornar sempre ao pensamento nefasto e gratuito sobre formigas,
E às semelhanças que inexplicavelmente elas conseguem ter com as pessoas
O horror às formigas e o sangue azul ao pensar de mais.
ResponderEliminarAs formigas não metem horror
Eliminar😊
Obrigado pela presença
Gostei da analogia com as formigas. Esses seres minúsculos e ordeiros, insidiosos e destruidores, na verdade assemelham-se a certos pensamentos que tentamos afastar em vão.
ResponderEliminarPessoas certinhas, ordeiras e obedientes à voz 'do dono' também não fazem o meu género.
😊
EliminarComentário certeiro