MANHÃS
Pendurada numa corda da roupa de um sétimo andar,
atrás de um prédio enferrujado,
todas as suas varandas envidraçadas ou com grades,
ali, em cada manhã, está uma pequena gaiola quadrada.
Cativo nesta provocação contra o céu,
nesse intervalo reflexivo entre apelo e canção,
esse Vazio que as aves nos "ofereceram",
ali na perversidade fixa de uma vertigem,
o tentilhão debate-se esporadicamente, desarmado,
mudo. Não, freneticamente vocal, mas sem ser ouvido.
Queremos que isto seja uma ode.
John Mateer
in Telhados de Vidro n.º 18, trad. de Inês Dias,
Lisboa: Averno, Maio de 2013
É tão profundo que fico sem saber o que dizer... Beijo
ResponderEliminarObrigado peloscomentarios
ResponderEliminar:)
Um dia vais escrever assim :)
ResponderEliminarE, para te inspirares, aproveita os descontos do Dia das Compras na Net – SÓ HOJE!
Obrigado My Super
ResponderEliminar:-)