2018/10/17

E agora para algo completamente mau...

Apanhei o comboio à justa. Assentei os dois pés na carruagem de trás, a dos pobres e remediados, já o chefe de estação corria atrás de mim com o pau de bandeira eriçado na mão, e o apito ruçado a silvar, como uma galinha em véspera de casamento cigano. Não gostava de ficar marcado em nada, mas às vezes era mais forte. Hoje estava com pressa. Era um torpor que começava na nuca, passava pelos olhos que picavam mais que uma dor de cabeça mal curada.
Naquele dia tinha a ver com um assunto mal resolvido. Lembro-me de que tinha ficado de ajustar contas com uma pessoa, e estava com pressa para o fazer. Lá fora caía uma chuva miudinha, que deixava a linha do comboio a brilhar, como a careca de um velhote pedófilo à beira de um jardim infantil.....

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