O selo e Pessoa
remoendo as dores,
as frases de pedra estavam distribuídas por todos os bolsos,
restando uma carta gizada a escopro,...
com a manhã bem vincada numa metáfora colorida,
que extravasasse o papel em raios diáfanos de luz,...
havia o tudo escrito nas mãos,
as coisas ditas com voz dorida,
como se um desnorte abrisse as gargantas de onde nos ofertaram choros,...
passei pelos livros de mar que lemos,
os mesmos onde a poesia nunca conseguiu dormir,
porque ela é o ser sem descanso que sabemos estar lá,...
arrumadas as mágoas num saco indissociável de letras,
precisava-se de um selo para expedir o destino,
com cara de dizeres de feira,
e olhar de rainha frustrada com falta de amor,...
surgiu-me Pessoa sem egos de renascimento,
apenas um suspiro de tantos mal quereres que ainda hoje esventram a terra de raízes,...
não sei se voltarei a
ver-te acordar com este
amontoado de medidas de sonhos
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