2021/12/16

um homem de Deus

 de um registo muito antigo,

em que o tempo cabia num virar de página

inocente,

um homem de Deus ofereceu-se à solidão,

vestia cores de água,

com o olhar de inocência já morto,

a meio dos desastres do passar indolente

das questões,...


tudo ficou para o decoro dos movimentos 

naturais,

o vai-e-vem das notas soltas da temência

a uma razão superior,

não escondiam mais que uma linha solta

de ficção


 

14 comentários:

  1. "um homem de Deus"... "uma linha solta de ficção".

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  2. A crença religiosa é um tema de abordagem complexa, difícil de se encontrar um consenso, pluralista, digamos.
    Falo por mim. Acredito numa força superior à vontade dos homens, não consigo acreditar nas aparições de Fátima. Mas já acredito na imensa Fé que leva tanta gente a falar em milagres.
    Acredito em Cristo e no seus dons, já não acredito que sua Mãe o tenha concebido pelo poder do Divino. Se sou herege? Não, não sou. Sou devota, incondicional? Também não.
    Não acredito na Igreja, nps homens e mulheres que a constituem, mas também não generalizo. Sou crente à minha maneira.

    Por isso, não comungo da ideia de que a 'razão superior' sirva para esconder uma linha solta de ficção.
    Ficcional será a crença dos Padres que não respeitam os sagrados laços de humanismo e amor ao próximo, mais até do que os votos de castidade e celibato. É aí que a Igreja católica peca. O direito a constituir família é que deveria ser sagrado.

    E agora vou dormir, estou a ficar com os pés gelados, só de ouvir as vidraças tremerem com o vento.
    Boa noite.

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    1. E espero que tenha dormido bem depiis de uma reflexão tão pessoal
      🙂
      A religiao para mim é um campo mais ou menos definiso. Nao crente mas respeitoso. E consciente de que s condição humana é demasiado fragil para persistir sem crenças na eternidade
      Obrigado pela presença

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  3. Será que alguém se deve oferecer à solidão?
    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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    1. Ha quem o faça.
      Mas se calhar sem saber
      Obrigado pela presença

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  4. Haja decoro, mas nunca percebi a temência de Deus. Até que me tornei agnóstico...
    Excelente poema, num tema de abordagem sempre difícil.
    Continuação de boa semana, caro Miguel.
    E um Feliz Natal.
    Abraço.

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    1. Estamos no mesmo 'barco' no que toca a esse assunto, Jaime.
      Penso o mesmo.
      Abraço, e feliz Natal também.

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  5. Texto tão instigante quanto interessante. Penso que religião é a garrafa, o líquido que ela contém, a regiosidade.
    Beijinhos, poeta!!

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  6. Um tema muito difícil de se entrar no poema.
    Surrealismo e cheio de metáforas.
    Bem peculiar na sua escrita.
    Saúde e paz.
    Beijinhos
    :)

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  7. Religião é o coração de cada um ,aprendemos cedo(com nossos pais),
    e vamos amadurecendo o entendimento .Ou não.
    Sou cristã, creio em Deus.
    E, totalmente solidária aos questionamentos que só enriquecem _ sobretudo quando o respeito caminha junto.
    Entendo a dificuldade de acreditar no que não vê e a Fé é justamente isso _'a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos'.
    Então, durma-se com esse barulho rs
    abraços, M

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