2021/12/09

Ouve-me em Paris

ouve-me,
não vale esconder
os olhos porque eles
se escondem a eles próprios,
não adianta que as mãos
avancem por entre a
cacimba tosca das primeiras
horas de qualquer dia,
porque a noite vai seguir-se,...

nada adianta,
porque há sempre
um medo mal vestido,
dois passos mal dados que
o afastam,
para depois ele voltar,
assumido de amor consternado,
assustado com as lágrimas
escapadas de uma menina
que tem muitos em vez de um coração,...

ouve-me,
não adianta contornar Montmartre,
nem procurar a Torre
nas recitações indevidas da noite de Paris,
é simplesmente inútil



8 comentários:

  1. Muito bonito.
    Tantas vezes em que de nada adianta mesmo o que quer que se faça, pois há algo mais forte a contrariar...

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    1. Obrigado
      🙂
      Este foi escrito de uma penada precisamente a pensar em algo parecido com essa ideia

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  2. Poema muito bonito que me fascinou ler.
    .
    Saudações natalícias
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  3. Os olhos, janelas da alma, contam tudo. Principalmente o medo, neles estão revelados, mais que o amor.
    Porventura, o poeta magnífico das metáforas, e dos mistérios da alma, eu te admiro e te gosto.
    Um beijo. Ou dois?

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  4. Esse poema sublimou Paris e deu saudade dos cafés de Montmartre.
    E saio sonhando com o som melancólico.
    É 'simplesmente inútil' esquecer.
    abraço e obrigada do retorno.

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