2021/12/08

Falar com as montanhas

foi ali falar
com as montanhas,
roupas periféricas,
coração andrajoso,
sobrepunham-se no áspero,
ao límpido no balbuciar,
de amor,
que parecia ripostar contra
o vento,
que lançava amarras
naquele sítio inóspito,...

não tinha nome,
perdera-o quando o
último fruto lhe tinha saltado do ventre,
estilhaçando os grilhões a este mundo,...

e por isso andou,
ensanguentou os pés outrora
alvos,
e chegou ali,
não mais se pode dizer,
só ouvir,
a Terra a fecundar o
que ali restava de saciedade



11 comentários:

  1. Falar com as montanhas e com tudo o que vai estando à nossa volta por vezes torna-se uma das opções mais sábias que tomamos.
    Parabéns pelo poema!

    Forte abraço!
    Cantinho dos Poemas de Criança.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado Olavo.
      Agradecido pela primeira participação, e leitura.
      Abraço:-)

      Eliminar
  2. Quando a Montanha não vai a Maomé, vai Maomé ensanguentar os pés na dura caminhada até à Montanha.
    Gostei da ideia de ouvir o fecundar da Terra.

    Boa noite, Miguel! :)

    ResponderEliminar
  3. Porventura, eu adorei esse título e vim dar uma espiadinha.
    Gostei muito de tudo que olhei.
    Se deixa, vou voltar rs

    ResponderEliminar
  4. As montanhas têm muito para nos ensinar...

    ResponderEliminar

Acha disto que....