2021/02/04

Falar para a imagem (exercício de escrita)

não tenho cara de ti,
do que me recordo,
dissolvida estavas na névoa
da luz dos dias enebriados,
sentada,
sem que a memória nascesse das tuas
ancas,
sem que dos teus pés,
entontecidos pela dança da
loucura,
saísse um ritmo esperado,
aconchegante,....

passei invisível,
porque de tudo o mais 
invisível era o suspiro da solidão,
a húmida perceção da inconsequência,
numa casa perdida em si mesma,
como indefinida porção,
de um universo alternativo

6 comentários:

  1. Um excelente exercício poético. Gostei imenso, parabéns pelo talento.
    Continuação de boa semana, caro Miguel.
    Abraço.

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    Respostas
    1. Obrigado caro Jaime.
      Feliz pela apreciação e leitura.
      forte abraço.

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  2. Há melancolia em seus lindos versos, que puxam por memórias invisíveis. Abraço.

    ResponderEliminar

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