2018/05/01

A segunda do Primeiro de Maio

Após aquela revolução, as pessoas saíam à rua vestidas com roupas garridas, feitas com tecidos reciclados, que estavam guardados nas gavetas há anos. Disseram pela rádio que a noite tinha acabado, e que a alegria estava de volta e era para ser pintada nas paredes, de manhã à noite, com tintas invisíveis e que só pudessem ser vistas quando houvesse necessidade de celebrar a liberdade.
Aos gritos, os velhos abraçaram as crianças, os solitários os alegres, as crianças sentiram-se adultas mas de uma forma natural, quase como se lhes tivessem crescido novas peles duras e que servissem de carapaça ao incerto que aí vinha.

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