2022/04/18

Poema ligeiramente em prosa


Eras esperada cedo,

Antes até que a senhora das notícias desse aquilo que sempre achámos previsível,

A velhota da casa já tinha disposto o que gostas na mesa da sala,

E em cima da cama do quarto singelo,

Assim o chamavas ainda me recordo,

Estava o ramo de flores que sempre pedias,

Por te fazer lembrar o destino,...


O tempo passou só com o vento a entrar pelas esquinas das janelas,

E o cão moribundo a vir lamber-me as pontas dos sapatos,

Ciente de que estava desiludido,

Não magoado,

 Mas a acreditar que as pessoas já deixaram de ser confiáveis 

12 comentários:

  1. Uma espera sem a certeza de que ela aconteceria.... "as pessoas já deixaram de ser confiáveis"... estou de acordo.

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  2. Não é por acaso que somos cada vez mais desconfiados... mas, por outro lado, mais crédulos, porque continuamos a acreditar e a esperar...
    Excelente poema, gostei.
    Boa semana, caro Miguel.
    Abraço.

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    1. A desconfiança faz parte de nós hoje em dia, Jaime.
      Obgrigado pela presença

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  3. Intenso e profundo. Gosteimuito de ler.
    Cumprimentos

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  4. Mas ainda há gente confiável. Mas é preciso prestar muita atenção.

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    1. Sim, cada vez mais atenção e critério.
      Obrigado pela presença

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Acha disto que....