2022/04/19

Geografia perfeita da sua indiferença


Aquele era um homem radical,
Comesinho nas ações,

A recusa no olhar explicava talvez o pouco prazer que as
pessoas retiravam do convívio com ele,...

O que ajudava a ocultar o defeito de fala
que ganhara nos dias frios de setembro,

De um setembro deformado e desonrado que vivera há muitos anos,
Numa pátria que se tinha lembrado amar,
Mas que ocultava agora em memórias disformes e inúteis,
Das quais lutava por se separar,...

Se fosse obrigado a dizer ao silêncio aquilo
que era a geografia perfeita da sua indiferença,

Talvez escolhesse não o fazer,
Estava bem assim porque estar,
Para si,
era diferente de sentir,
Muito diferente mesmo,...

E com isso estava consciente
de que teria de viver,
Até aquela luz inocente se extinguir,
E o deixar para sempre indefeso

12 comentários:

  1. Se pudéssemos mudavamos de pátria, de nome, de idade, de tudo.

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  2. Boa tarde
    Um poema que nos remete a uma profunda reflexão.
    Nas entrelinhas, podemos ler algo que nos leva à interpretação do que acontece neste momento, neste nosso mundo.
    Acho que entendo quem queira mudar de Pátria e quicá de país e de naturalidade.
    Desejo uma semana abençoada, com saúde e harmonia.
    Um beijo
    :)

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  3. Muito interessante este post.

    Arthur Claro
    http://www.arthur-claro.blogspot.com

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Acha disto que....