2020/08/25

Supersticioso

O homem é esconso,
Insuportável,
Não se contém em dois ou três versos,
Debate-se com frio em plena evasão das reservas energéticas de um país,
Queixa-se de dores nos pulsos,
E nem escrever sabe,...

Derrota, derrota,
Clama o fim dos tempos,
E o dia só agora amanheceu,
O homem flui como a depressão em dia de morte,
Odeia-se,
Parte todos os espelhos da casa,
E pinta o corpo com o sangue que lhe vai restando


8 comentários:

  1. Esses são alguns homens que conhecemos, mas há outros. Gosto deste poema.
    Boa Noite.

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    1. Sem dúvida. Há muitos outros.
      Todos compomos o mosaico que é a raça humana
      Obrigado pela presença

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  2. Não sou supersticiosa.

    Mas mesmo sem o ser, houve algo de muito profundo neste poema que me tocou. Talvez a ideia macabra de alguém a partir um espelho e a pintar-se com o próprio sangue. Não sei.
    Incrível como a poesia pode abrir portas à insanidade que, uns mais, outros menos, mas toda a gente guarda em si, não acha?
    Gostei. :)

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    1. Acho que sim.
      E é um conceito simplesmente delicioso de trabalhar em poesia. Por isso volto a ele com frequência.
      Obrigado pela presença

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  3. Olá!

    Não conhecia o blog.

    Gostei do que li e ouvi.

    Saudações poéticas!

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    1. Obrigado.
      Adoro sempre receber leitores e amigos novos.
      Bem vindo

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  4. Esse sangue também findará, gota a gota, antes que termine a pintura de seu corpo. Queixas, queixas, queixas... responsabilidade????

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    1. Eu diria mais irresponsabilidade.
      Este pode ser perfeitamente um tipo de homem que se limita a esperar o passar do tempo.
      Obrigado de novo
      😊

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