Teria de ser uma situação bem explicada. Com os prós e contras definidos. Ela tinha que aceitar. Por isso escrevi num papel à pressa, com aquela letra de alfaiate que depois não percebia nada, o que lhe tinha de dizer.
Teria que ser ao amanhecer. Ela ia trabalhar para uma casa cheia de gente. Havia o velhote que dormia sozinho num quarto rústico, com uma janela de caserna militar, coberta por uma cortina velha e rasgada, que esvoaçava sempre que a brisa da serra entrava por ali dentro para limpar a clausura daquele espaço.
Depois eram os filhos do velhote: dois inúteis, barrigas de cerveja, que só toleravam andar com camisas ao xadrez, cheias de nódoas. A ideia de ambos era claramente deixar a morte levar o velhote, talvez para se fazerem à casa. Nunca entendi muito bem, mas isso agora não interessava.
Por fim era o personagem mais estranho daquela mansão decadente. Uma mulher quase muda, que só falava quase por monossílabos. Gostava de beber uma quantidade enorme de chás, sempre sem açúcar, e que deixavam um rasto de chavenas pela casa. Escrevi no papel que ela não teria de se preocupar com isto. Só fazer com que o velhote ficasse vivo o tempo que fosse possível.
Encontrei-a um pouco séria de mais naquela manhã. Dei-lhe o papel esperando que não se pronunciasse. Disse pouco. Só queria saber quanto ia ganhar. Se teria de usar farda,
E quando iria ter férias.
Agora não me apetece escrever mais, porque fiquei sem perceber...
Teria que ser ao amanhecer. Ela ia trabalhar para uma casa cheia de gente. Havia o velhote que dormia sozinho num quarto rústico, com uma janela de caserna militar, coberta por uma cortina velha e rasgada, que esvoaçava sempre que a brisa da serra entrava por ali dentro para limpar a clausura daquele espaço.
Depois eram os filhos do velhote: dois inúteis, barrigas de cerveja, que só toleravam andar com camisas ao xadrez, cheias de nódoas. A ideia de ambos era claramente deixar a morte levar o velhote, talvez para se fazerem à casa. Nunca entendi muito bem, mas isso agora não interessava.
Por fim era o personagem mais estranho daquela mansão decadente. Uma mulher quase muda, que só falava quase por monossílabos. Gostava de beber uma quantidade enorme de chás, sempre sem açúcar, e que deixavam um rasto de chavenas pela casa. Escrevi no papel que ela não teria de se preocupar com isto. Só fazer com que o velhote ficasse vivo o tempo que fosse possível.
Encontrei-a um pouco séria de mais naquela manhã. Dei-lhe o papel esperando que não se pronunciasse. Disse pouco. Só queria saber quanto ia ganhar. Se teria de usar farda,
E quando iria ter férias.
Agora não me apetece escrever mais, porque fiquei sem perceber...
Olá!
ResponderEliminarDe facto é real o que escreves e, muitas vezes, nem nos damos conta de que por vezes existe gestos e, ações da qual não percebemos! E, quando deixamos de tentar entender a mensagem é que percebemos tudo!
Boas festas :*
http://tudosoblinhas.blogspot.com
Olá ana Catarina.
ResponderEliminarObrigado pelo comentário.
:-)
Volta sempre que queiras