Não me digas que qualquer coisa representa mais para ti que nós. Nunca tinha sentido que o desenho do real se escrevia com traços da tua pele. Quase como se a génese da criação fosses tu, a exalar humidade cálida num amanhecer qualquer próximo do início do inverno. Quando eu já me tinha habituado a ver tudo como uma pausa no ‘ralenti’ do tempo, isto antes de chegares. E eu ter repensado que as pedras da calçada de todas as ruas do mundo se podiam juntar num longo caminho a preto e branco, a minha dimensão preferida do real, feito para que ambos o pudéssemos caminhar em conjunto. Fazendo de cada passo um reinventar da ditadura sanguinária do passar dos segundos. Sempre esse adamastor que nunca me tinha deixado dormir, e que só saiu da parte de trás da minha cabeça quando a primeira coisa que me habituei a encontrar ao reabrir os olhos em cada manhã, foi a doce extensão planisférica da tua pele. O sabor sem sabores dos teus lábios.
E agora, quando senti que o universo tinha dado uma volta completa em redor do meu desligamento da vida. Quase como se me tivesse visto livre da coisa que tinha como alma, ganhando em troca a tranquila percepção da finitude, dizes o fim. Escrito como um recomeço desnecessário. E eu sem alma para poder tirar do que resta do meu respirar, uma nova alma para serzir como pele.
E agora, quando senti que o universo tinha dado uma volta completa em redor do meu desligamento da vida. Quase como se me tivesse visto livre da coisa que tinha como alma, ganhando em troca a tranquila percepção da finitude, dizes o fim. Escrito como um recomeço desnecessário. E eu sem alma para poder tirar do que resta do meu respirar, uma nova alma para serzir como pele.
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