o homem que gostava de matar árvores,
era um senhor com tantos
senhores dentro,
foi doutor, ladrao,
quebra-corações e
palma estradas,
andou pelo mundo
sem nunca ir ao que
está dentro de cada verbo,
traiu, amou o suficiente
para ter aprendido a
deixar de chorar,
e quando sentiu
que perdia o
condão de mudar a
pele sempre que queria,
voltou aquele
mesmo sítio de sempre,...
com as mesmas caras,
um relógio único
que batia a vida
e esquecia a morte,
talvez por isso
começou a
odiar as árvores,
via-as como
velhos inúteis,
maltrapilhos
sem eira
nem beira,
que era
preciso corromper,
e depois eliminar,...
arranjou
uma maneira simples,
tirava-lhes a
alma escrevendo
simplesmente
rancor nas
cascas malhadas,
no dia seguinte
sorria ao comprovar
que já não respiravam
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