o lembrar é um bicho sem
pés que pede escusa, de olhar
parcial condena recusas
de reconhecimentos totais
do que o passado é capaz de
fazer, usa poeiras necrófagas
para enfeitar memórias
autofágicas, enfeixamentos
de água que a água aprendeu
a desprezar, nunca pede muito
porque sempre foi incapaz de
se projectar na terra esteta, no
céu peganhento e assoberbante,
se se resta por nunca ter sido o
que efectiva o magnânime, o
lembrar escusa-se, recusa-se,
aninha-se.....
2008/07/05
Jardim de mitos urbanos
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