miguel torga / desfecho
Gastei-as a negar-te…
(Só a negar-te eu pude combater
O terror de te ver
Em toda a parte.)
Era certa a meu lado
A divina presença impertinente
Do teu vulto calado
E paciente…
Quando alguém lhe perturba a solidão.
Fechado num ouriço de recusas,
Soltei a voz, arma que tua não usas,
Sempre silencioso na agressão.
O joio amargo do que te dizia…
Agora somos dois obstinados,
Mudos e malogrados,
Que apenas vão a par na teimosia.
câmara ardente
1962
Não conhecia este belíssimo poema e, adorei!!
ResponderEliminarA poesia de Miguel Torga é clara e cristalina, o poeta/escritor/médico, encontrava sempre as palavras certas para definir o que sentia.
Não rebuscava palavras, não se fazia inacessível.
Gostei muito, mas lamento dizer-lhe Miguel, o seu estilo de escrita é totalmente diferente, pelo que jamais irá escrever assim, como Torga escrevia.
Um abraço.
Olá
Eliminar:-)
Bem vinda de volta.
Eu sei que não. Não tenho nem sequer o talento necessário para poder almejar a escrever como Torga. Por isso, sei que nunca vai acontecer. Mas posso sempre tentar sonhar com essa possibilidade
:-)
Claro que sim, não só sonhar como tentar!
EliminarDentro do seu estilo de escrita o Miguel pode sempre tentar dizer o que sente, sem floreados nem palavras 'esquisitas'. :-)
Lá terei que me reduzir a isso:-)
EliminarObrigado pela presença
Poema deslumbrante de ler.
ResponderEliminar.
Feliz fim-de-semana.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Concordo ricardo.
EliminarObrigado pela presença
É um belo poema!
ResponderEliminarO tempo mói na sua mó e esfarela tudo em que toca... e o pó dos dias vai-se assentando em nós sem piedade, tornando-nos empoeirados por vezes e outras, pelo contrário, desempoeirados demais.
Excelente análise
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