Estranho serem altas as paredes da noite,
Lá dentro estamos cativos da indiferença,
Em reclusão pintada a diáfano e presa pelos pormenores que mais
Cativam os criadores,...
Recuando ao antes destes horizontes mortos,
Lembro-me de ti capaz de te atreveres no caminho da madrugada certa,
A pintar quadros de nascer só
Com o poder dos olhos fechados a sonhar,...
Depois vieram os muros,
Os velhos a morrer em esquinas onde só há barulhos surdos de revolução,
E a ficarem os jovens sem olhos,
Com mães amarradas à casa pelos braços que,
Caídos,
Recusavam-se ao martírio,...
Se calhar nunca sairei destas pernas estendidas de comodismo,
Será talvez a melhor escolha fora do teu coração que já chamei meu...
![Image result for children without eyes](http://www.abc.net.au/news/image/9320768-3x2-940x627.jpg)