À mesa do prior da paróquia, o vento tagarelava com o pó. O senhor diácono fervia a solidão em lume brando, enquanto lá fora chovia. Desmotivam-se leitores, prendem-se sofredores com a narrativa de tristes experimentações de vida. A sala é de abraços. Tão pequena, recôndita. Sufocante, mas, tudo em lume brando. De quando em vez a noite que dobra o milénio espirra sombras. E com elas o desejo. E atrás de pecado, vem a luxúria, que são pedaços de carne a escorrer da parede contígua à porta de pinho que apresenta a sala. Há um cão, descrente de possibilidades concretas de carinho. Há uma mesa rachada, onde memórias já foram escritas, e agora são ruminadas.
Deus está nas pequenas frestas do espaço, agora que se esperam maus tempos de renovação.
2008/11/26
A noite que dobra o milénio....
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