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2024/06/26

Prosa escorreita e sem sentido definido

.... e lavavam. Diziam que estava certo, que o problema era a sujidade. Várias pessoas, umas sete, juntaram-se de vassouras e esfregonas nas mãos, uns dois ou três baldes cheios a metade com água, e um intenso cheiro a detergente. A ideia era esfregar, varrer, tornar aquele quintal habitável. No alto, o sol estava a pino. A tarefa tornava-se difícil. Uma mulher limpava a testa com as costas da mão. Um homem lamentava, baixinho, o momento em que aceitou participar naquilo. E um miúdo, um pirralho com os fundilhos dos calções rasgados, dava pinotes como uma lebre pelos cantos, sujando o que estava ser limpo. Numa aldeia, como outra qualquer, este é um momento digno de ser descrito.

                                                                        Tirado daqui

2019/07/28

A carta

a letra pequena estava escrito
bom dia,
num ligeiro sublinhado irregular percebia-se a tremura da mão,
num canto do papel,
quase imperceptível,.
o  que parecia ser uma lágrima
sublime,
quase envergonhada,
a pedir licença para existir,...

era um papel dobrado em quatro,
e guardado num sobrescrito azul muito desmaiado,
observei-o muito tempo,
seria da mais imensa solidão aquela prova que tremulamente segurava entre mãos,...

depois lembrei-me do sol no teu sorriso,
guardavas em ti escrever mais que esta morte,
e nunca te percebi adeus assim pensados,
expressados,...

talvez mais tranquilo caminho ao teu encontro,
a passo largo,
evitando como posso a chuva que se desprende deste céu,
que nos separa há tanto tempo