2025/08/15

...um pedaço de chama da imortalidade

                              Tirado daqui
Como duvidas de mim? Agora que há sol. A luz custa menos a suportar. A minha verdade sempre foi da escuridão. E meu foi o reino da dúvida. Do obscurantismo. A tua nudez amedrontada. O espaço de um recato, de afrontas fáceis de suportar como a imortalidade numa noite, foram mitos que afastei com gestos subtis. Olhares vagos e hesitantes. Um mar que te apontava, sem sequer estar lá. Percebo que não sou uma pessoa seguida. Consecutiva. Há horizontes de um verão que morre mais intensos e confiáveis que eu. Mas, ainda assim, não mereço dúvida. Sou o reflexo de discursos consecutivos de neutralidade. E um dia, trouxe-te até um pedaço de chama da imortalidade, preso no coração de uma flor de beira de estrada que te colhi, e definhou à sombra do teu coração triste. Fui aberto à inocência. A livros e livros abertos que têm sido muito do nosso tempo juntos. Por isso, como duvidas de mim? Não me sugere nada o espaço enorme de dor que se avoluma entre nós, enquanto te sinto, fluida, a escapar-me entre os dedos....
 

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