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2022/11/26

16 anos

 Acocorado,

Uma palavra que gosto,

E assim estou à espera que do dia,

Nasçam pequenas diferenças no jogo da evolução,...


Imagino filhos de um momento mal resolvido, 

Que se espreguicem ao sol, 

E depois se esgueirem por esta corrente de água abaixo, 

Enquanto Acocorado, 

Espero ver-te de novo

2020/12/01

Dezembrando a 12 de outubro


não serás esquecido,
escrever sobre tantas idas
não sei onde,
falar sobre as minudências de não
ter dinheiro sequer para matar a sede,
ou frutificar os desentendimentos mesquinhos,
em leituras conjuntas do livro
da vida,
não levam a lado nenhum,...

mais vale o luar,
passar as mãos pelos olhos,
e acreditar que ali é o paraíso,
dito com todas as letras,
descrito com o enlevo dos tolos,...

tudo o suficiente para que aqui
fiques,
só mais um tempo

2020/07/15

A arte de não dar título às coisas


enquanto a manhã é infeliz,
recordemos o que está dito
sem retorno,
as coisas que no violino da água,
se repetem sem que o contraditório
se imponha,...

que se recorde a finalização de
uma vida,
a proposta indevida de morte que
trazia imposta,
a fronte escondida deste vento,...

com tudo somado,
há pouco que não se percebia nada
tão imune ao perigo,
como esta serenata de repetições
tranquilizantes

2020/04/01

Retratos

Permitir
Dos meus retratos de momento,
Retirava a fruição que se desejava,
Mas nunca se conseguia,
Permitia que a luz nunca ganhasse ao espaço,
E a escuridão se chamasse assim morada,
Porque às vezes é necessário que não se saiba descrever o medo



2020/03/27

Rabiscado

se me explicares como a falta
de presente,
molda as nossas forças,
e destrói o futuro insuportável,
ofereço-te este pequeno apanhado
de falhanços,
que aqui tenho,
está rabiscado de uma forma renascentista,
quase inofensiva,
mas considero-o importante,
porque qualquer coisa que anunciamos
a nós mesmos,
como factos por consumar,
vale a pena ser partilhado,...

até dissecado,
e não me faças explicar-te
o óbvio,
o sol ainda dorme por entre aquelas
árvores que já morreram


2018/03/28

Doca

A não ser as traineiras,
Aquele era um braço de rio estranho,
E sem cheiro a casa,...

Não havia miúdos sombra a coser redes como se fizessem ponto cruz de um sonho,
Nem a gaivota encarrapitada no mar chão a bailar ao desdizer da rebentação,
Nem sequer o sol a desflorar a água como se a tarde fosse a virgindade que já não volta,...

Havia tudo estranho e escrito nas margens nuas de pedras,
Um velho ao longe a fintar a morte com a carreta feita balde de amêijoas,
E tu a olhares-me na menina perdida dos olhos,
Pensando que era melhor continuares sem me conhecer,...

É o que me lembro