2024/05/06

1.º de Maio, cinco dias depois

que tem a dizer neste dia tão especial?,
o ancião abriu os braços,
percebeu-se que engoliu
as lágrimas várias vezes,
olhou para o céu,
e de forma sincera
argumentou a vontade,
o desejo de ter mais
e mais ilusões
como aquele dia em que
o povo saiu à rua,
após tanto tempo de corda
ao pescoço,
estrangulado,....

e gritou,
gritou a plenos
pulmões,
que queria a vitória enfeitada
com versos,
como se cada dia,
a partir daí,
se propusesse
a minutos novos,
feitos de jasmim e outras flores que
o dicionário não conhece,….

‘obrigado, obrigado a todos’,….

O ancião caminhava,
de braços abertos,
enquanto carros militares guardavam
o destino,
desatado como um pião a rolar rua abaixo

                                                                               Tirado daqui

Do documentário As Armas e o Povo (Weapons and the People),
1975


12 comentários:

  1. Profundo poema. No conocía al hombre. Te mando un beso.

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  2. O 50º 1º de Maio depois do 25 de Abril não foi tão intenso como o primeiro. Ainda assim não foi esquecido, antes pelo contrário.
    Magnífico poema, gostei.
    Boa semana.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  3. Oh, you have a way of finding the dark beauty in chaos everyday. Such great stanza of the light and what prevails.

    ResponderEliminar
  4. Bela poesia! Obrigado por compartilhar.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

    ResponderEliminar
  5. Boa tarde. Obrigado pela visita e comentário, sobre as 2000 postagens, meu querido amigo. Que nunca lhe falte inspiração poética. Grande abraço carioca.

    ResponderEliminar
  6. Boa tarde de novo meu querido amigo. Espero que você goste das matérias, sobre os lugares turísticos, que virão, de Cordisburgo. Grande abraço carioca.

    ResponderEliminar

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