O fumo saía da chaminé, lambendo o oxigénio ao ar taciturno daquele final de tarde. Desenhavam-se coisas a elas mesmas, quase que numa circunferência mutante, em abraços consequentes às paredes amareladas da casa. No centro, uma mesa espessa, de mogno tímido e já desgastado. Daqueles objectos defuntos, sem préstimo, mas que se imiscuem nas histórias sempre por este ou aquele motivo. O napron ratado, de renda de bilros, dava-lhe um ar corporativo. Soava a sociedades atrasadas e retrógradas, apenas na forma como o vento roçava-se nos pés nus e indefesos do objecto. Havia uma música. Tristezas decompostas, que se soltavam indistintamente em nuvens invisíveis, mas sólidas. Sentia-se mais qualquer coisa indefinida, e sem cheiro....
Etiquetas
'Depois de almoço'
(9)
'abrir os olhos até ao branco'
(2)
'na terra de'
(2)
Absurdo
(62)
Blog inatingiveis
(4)
Contos
(61)
Dedicatória
(22)
Denúncia
(2)
Dia Mundial da Poesia
(7)
Diálogo
(6)
abstracao
(1)
abstrato
(197)
abstração
(19)
acomodações do dia
(1)
acrescenta um ponto ao conto
(1)
alegria
(2)
alienação
(1)
amargo
(4)
animado
(2)
animais
(4)
aniversário
(11)
antigo
(1)
antiguidade
(1)
análise
(1)
atualidade
(2)
auto
(1)
auto-conhecimento
(4)
autor
(12)
blogue
(10)
breve
(4)
casa
(1)
casal
(1)
coletâneas
(2)
companhia
(1)
conformismo
(3)
conto
(4)
corpo
(5)
crossover
(4)
cruel
(1)
crónica
(1)
curtas
(8)
depressão
(6)
dia da mulher
(1)
diamundialdapoesia
(2)
dias
(1)
dissertar
(11)
divulgação
(1)
do nada
(5)
doença
(1)
escrita criativa
(1)
escritaautomática
(10)
escritores
(12)
escuridão
(2)
pessoa
(6)
pessoal
(33)
pessoas
(13)