desta tarde de cheiros
a hesitações,
deixaste-nos aqui,
sonhando com o que vem
um,
soco dois,
três findos de
pesar,
em quatro nós
confiamos o
resolvido e inacabado,
pelas cinco cá me maltratas,
e seis subtis fases
de tudo pensar,
com o ecoar de sete
furos no esófago,
de oito tiros para
arregalar,
nove noventa e três,
ano de dez formas
que tive para suplicar,
ódios......
estava uma coisa mínima
escrita no pé de página
do diário de resistências
deste jovem,
flores em catadupa
choviam nas margens utópicas
deste antro de criação,
com arrumo,
desenhou-se assim
uma consternada constatação
de imediatas falripas
de formas esquisitas de ver
a maneira de gostar sublimamente,
e tudo num bom espectáculo
à sombra do que as coisas
nos dizem para derreter em
dois lumes de fricção.....
na lenitiva dissenção
de um suspiro,
eu em mil novecentos
e um tormento,
à beira-rio das flores,
Queria,
no que querer tem
de ser por segundos feito,
desenhadas intervenções
de suor proletário,
feitas em cruz de mal
as pazes com o
frouxo do tempo,
Saltei....
Tomo um,
Meio segundo
em pausa reflexiva,
Luxos,
eu em dois mil
e qualquer coisa que sobre,
de restos foscos de escrita
assustada e comprometida....
sombra, dizia-te para tornares o momento silício. daqueles componentes por detrás dos quais tu te poderias esconder, se a facilidade com que o tempo se desdobra em equívocos fosse, de facto, causa para chorares. deixaste-me a subtileza de esperar pelas facilidades todas do mundo, com o concílio de que aguardar pelo fácil, traz sempre uma minudência difícil de definir. sombra, foi assim o epitáfio desta coisa inebriante que construímos juntos. eu quis definir este poema que foi o nosso suspiro, e sem que me deixasses, tornei-o pó de limites indefiníveis de coisas podres....
daqui,
nalgum lugar de frios
alternativos,
do que fosse,
de menos que sonhos
partidos e recalcados,
da simples manha das
meninas de olhos envelhecidos,
com tudo previsto
na redacção infinita de
dias assim planeados
e descomprometidos....
peguei-te,
com o encarquilhado do lado
astuto desta emoção,
fizeste vento numa tarde
insofismável
que teimava em desfazer-se em
bocadinhos de noite atenta,
com a pequena virtude deste lindo
verso onírico que segurava entre os dedos
anoitecidos que me assustavam...
levei-te pelo braço do que o
pedido de amor me permitia fazer,
queria-nos assim neste
prato de confusões mal esclarecidas,
quietos,
a marinar por sonhos
com pequenas florzinhas
de cheiro difícil de definir,
desenhados neste mundo balizado
por emoções que ninguém festeja,
foi acordados,
que a beleza fez de nós
pontos finais de uma redacção
de exclamações envelhecidas.....