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2024/11/26

Baudelaire e estados de alma sobre a poesia

que a poesia adora-me,
tenho dúvidas,
 resisto até ao encardimento
das palavras,....

há um copo,
 meio cheio ,
meio vazio,
não interessa,
com água estagnada,
e Baudelaire assombra-me as ideias,
escorreito,
mimético como sempre foi,....

e soam dois bateres
de coração,
os únicos  antes de
um sono esfusiante,
me acalmar,...

por isso,
a poesia detesta-me,...

não tenho termo
de comparação,
para opinar noutro sentido

                                                                                  Tirado daqui

2018/08/07

Celacantos

sabes aqueles peixes,
os celacantos,
discutimos longevidade em cima destes medos que não desusam o tempo,
falávamos do oceano que nos separava nas expetativas sobre a morte,
e como procrastinar talvez nos ficasse bem em cima do que restar das peles,
queimadas ao sol,...

pelo sim pelo não veio a noite como acompanhante,
e o mar que lhe batia nos pés,
deixando um rasto de cascalho sem que a sobremesa tivesse chegado,
e os malditos celacantos,
que até estavam nos rostos distendidos,
como se em cada fração de uma ruga de velhice,
coubesse a razoabilidade de não esperar nada da vida,

sem mais nada para dizer a não ser qualquer tempo,
terminou por ali a espera da razão colorida

2018/07/11

Rua zero

não, não estávamos sozinhos e chovia,
lembro-me de na rua escorrer um pequeno
rio de margens soltas,
vermelho sangue,...

parecia que nos ossos das casas,
havia moribundas e efetivas
partes de heranças,
deixadas pelos risos de todas
as crianças,...

conversámos,
até o sol se encaracolar
naquelas nuvens que eram habituais no
horizonte,
e parar de brotar o desnorte
de todos os cantos invisíveis
de morte,....

e no fim a alma
desenhada num,
mão na mão