2023/04/21

...chama-se revolta

os dedos crepitam
como chamas impacientes,
o corpo debruçado
sobre os joelhos,
com as palmas das mãos
inocentes,
a acasalarem com o chão
sujo e desvirginado,...

olhos progressivamente
ensanguentados,
acentuando as imperfeições
que o tempo delineou,...


música que serpenteia
como fumo de cigarro,
até lamber os tecidos leves
que cobrem a vergonha,...

um exercício de loucura,
com o tempo a minguar
como uma larva,
escondida no casulo pré-liberdade,...

ela chama-se revolta,
e não quer ser encontrada

6 comentários:

  1. Profundo poema me gusto mucho. Te mando un beso.

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  2. Pois é, mas podes acrescentar à revolta, a raiva, a mágoa e um ódio escondido.
    Um poema Excelente, acho que um dos melhores que já li aqui.
    Bom fim-de-semana com calma e inspiração.
    Afago nos bichanos!
    :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado
      🙂
      É como se costuma dizer. A prática aproxima nos da perfeição

      Eliminar
  3. Não podemos engolir a revolta que se sente, senão o corpo ressente-se.

    ResponderEliminar

Acha disto que....

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