2011/12/31
Último post de 2011 (O quarto esférico do fim)
Sentava-me muito quietinho em cima de uma cadeira mínima. Os pés daquele rebordo de boneca eram trémulos, e estavam assentes como que por incerteza no chão de azulejo na sala onde havia nascido, 40 e tal anos antes. Gostava de me apresentar, nestes preparos, como o anfitrião dos receios das pessoas. Não que o desejasse. Até me achava boa pessoa. Com desejos ocasionais por chocolate, e a incerteza que isso dá em termos de contacto produtivo com um semelhante. Mas atraía o receio...
2011/12/29
Que se passa...
outros houve que quando aqui passaram,
disseram de nós o que sobre si próprios nem nunca tinham construído. Que seríamos paz.
Infrutíferas tentativas de fazer mal às pequenas coisas de quando o mundo gira.
negamo-lo agarrados ao pó que fica do tempo que passa.
amantizados com o resto do segundo, infrutiferamente em desespero com a respiração que escasseia no tóxico quarto em que queremos chorar,....tranquilos
,....longe do calor da suficiente paz do caminho para o fim da existência.....
2011/12/27
Ali antes do almoço, e a umas horas do sono II
faz com tu e por,
menos serás contigo e só,
à hora o segundo,
terceira pessoa de singulares,
plurais consciências que azulam escuros,...
avanço que sim,
parto pelo não,
e no fim princípio,
restas parte,..
somada de nada,
ao vento....
Sem título (9)
sentados à beira
de uma estrada
que se dissolvia,
ser e pensar
analisavam-se
escrevendo,
o primeiro redigia um manuscrito de intenções sobre o amor,
enquanto o segundo influenciava o tempo a
sentir-se menos banal...
2011/12/19
2011/12/18
Pessimismo
Se somos qualquer coisa, não somos nada. Ao aguardarmos por sermos tudo, perdemos somente a pena de no tiquetaquear dos minutos irreversíveis, nos abeirarmos do segundo seguinte sem nada que sentir. Sem o que dizer. E sem até a capacidade para entender que se nos arrastamos no pó do chão onde pousamos os pés ao acordar, e levitamos ao adormecer, é porque as alternativas são gotas insonoras no mundo invisível que nos escorrega das costas curvadas e plenas de contradições.
Nem por mais, e talvez por menos, somos o indesejado acordar. O reerguer um esqueleto cansado, que ficava melhor em letargia eterna, mas que se obriga a ser repisado sem efectiva necessidade de tal. E por cima, dos lados, por baixo, ruídos. Incessantes provocações ao bem estar de mente que há muito ficou para trás.
Refugiamo-nos no qualquer coisa de prever futuros alheios. De precaver frustrações com dissertar sobre tudo, mirando o nada de uma coisa vertical que pisca. Acabando com paz de sonhos mortos, talvez assim a guerra de agitar pensamentos seja ganha,.....ainda antes de começar.
2011/12/14
Casa e morte
casa crucial em fogo relativamente indeterminado com o perfume de qualquer coisa que se esvai,
serão portas,
indecisões actualizadas com vento vivo,
sem que do morto se veja,
pela janela
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indecisões actualizadas com vento vivo,
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