2011/08/30

É pah, que é bué gira!!!

Texto #91

Amanheceram-se assim várias coisas, em desabrochar de céus azulados. Era um carro que conduzido pelo frustrado da terra tentava não morrer a meio da subida. Pela berma da mesma estrada, procurava-se qualquer coisa pelas pernas de uma velhota desgastada.E cá em baixo, dois petizes com cabelo desgrenhado mas olhos felizes como o desterro nos sonhos, chutavam uma bola em carcaça, insultando-se carinhosamente.
Apetece descrever tudo isto, mas ao mesmo tempo o silêncio, a cruel brutalidade do não dizer nada, talvez fosse a melhor forma de cativar atenções.De dizer às pessoas leiam isto, porque os  sonhos são qualquer coisa que se assemelha ao som que se solta assim. E parecia ser isso que por aqui se respirava.

2011/08/26

Depois de almoço III



Se muitas coisas se desfizessem como parte daquele fogo lá do fundo. Consoante as situações. Mediante os pontos de vista de quem analisa tudo chorando pela futura desilusão dos segundos atrasados que, juntos, não fazem nada mais pela tua vida. Aposto que ao decifrar tamanha confusão, conseguiria desfazer primorosamente tudo o que me dás como garantido. 
Talvez sejamos aquelas duas mulheres que em ziguezagues se expressam andando, como uma só. Em dois pés. Com dois corações. E com uma cara redesenhada a sangue quando te toca, deixando-te para trás sem respostas a nada que verdadeiramente importe. Não me resumas nada sem ser desta forma. Apelando a minuciosas interpretações do singelo. Da fraudulenta visão que temos do mundo. Conforme o escrevemos, mais ele se esvai no invisível....

2011/08/24

Pobreza perpetuada


Acabei de ler um texto muito bem escrito, publicado hoje no suplemento ‘P2’ do Público. Versa sobre a o plano de ajuda social recentemente aprovado pelo Governo, apresentado pelo ministro Pedro Mota Soares, e ao que parece já assimilado pelo povo português. Começando pelo fim, recordo uma citação sábia do sociólogo Manuel Villaverde Cabral: ‘e os protestos?’ Seriam com certeza o factor equilibrador da balança na primeira facada séria que este governo de liberais dá no coração do magérrimo estado social que ainda vai existindo por cá.
Entregar gestões de problemas sociais a caridadezinhas, dá em desconhecimento completo das possíveis soluções para problemas de longo prazo. Admito que é tudo muito confuso o que escrevo, porque reconheço que ainda não organizei na minha cabeça ideias sobre os princípios políticos que reconhecidamente me norteiam, e a melhor forma de os aplicar num mundo que já nada tem a ver com a época em que os mesmos me foram inculcados. De uma coisa, no entanto, parecem não restar dúvidas. Um país não se governa, conforme perpetuou Mao Tse-Tung, dando peixes às pessoas. Este plano passa ao lado de factores fundamentais como a educação, a responsabilidade governativa na consecução de planos que fomentem a saúde e a habitação como direitos básicos constitucionais. Em vez disso, são deixados a critérios privados, com a consequente falta de regulação que daí advém, a aplicação de políticas que, insisto, passam ao lado da raiz dos problemas.
Custa-me a ver velhinhos a tomarem medicamentos com o prazo quase a expirar, com o Estado a refugiar-se na desculpa de que está estrangulado por ditames estrangeiros que impedem que se gaste dinheiro no que quer que seja.
O investimento na produção urge neste país. São consecutivos 35 anos a passar ao lado do trajecto normal de um país para o desenvolvimento. E os reflexos hoje são os números assustadores de pobreza. Solução para isto encontrada pelo Governo? Precisamente perpetuar a pobreza, pretendendo atingir três milhões de pessoas com um plano de paliativos.
Se calhar fico-me por aqui porque falar sobre confusão, ainda acentua mais a confusão. 

2011/08/11

Intróito....

debruçados em papel,
subidas as constantes
das novas funções
do Sol,
permtiram-se muito
mais que simples
indecisões com que o
carvão das noites pintou-
nos a suspirar por mais....

2011/08/07

Velhos tempos.....:-) Escola Primária n.º1 das Areias, Setúbal

Aqui só havia um banquinho do lado direito, e o chão era alcatroado
A parte da frente está parecida, à excepção das entradas nos dois blocos do
edifício. Há 29 anos, quando eu aqui entrei, eram três degraus frios de mármore
em cada lado.
Os meninos agora têm direito a campo de basquete.
Na minha altura isto era tudo alcatroado, o muro
branco cor da cal, a rede verde, e do outro lado arbustos
com amoras e azedas, a separar da Casa do Gaiato.
Os meninos maus...:-)
No muro à direita pintei eu com aquelas ervinhas verdes,
que tinham dentro uma seiva
castanha. Valeu-me uma ida ao gabinete do Professor Agostinho.
Lá ao fundo era
a sala de refeição dos professores.
Muitas torradinhas comi lá eu. E ao meio, como
parece ainda ser, eram os sanitários....

2011/08/02

Fraccionado

Subsidiado pela dor. Estava assim descrito no pequeno boletim de papel ratado que guardava na mesa de cabeceira, dobrado em quatro, e com cheiro de qualquer coisa que estava para acontecer. E ficavam-se por aqui os sintomas de auto-estima que demonstrava. À noite, ainda tentava pensar em coisas consubstanciadas no destino. Como o desfazer de aplausos. O entardecer adormecido pela forma intensa como as ondas morrem na praia. Mas nada parecia querer partir e regressar com intenções de ficar para lhe garantir a felicidade.
Assustava-se com pouco. Até se o dia nascesse com menos dois raios de luz na bruma em que gostava de se deixar levar pelo sono, permanecia quieto com medo que o mundo fosse acabar. Outra das coisas sobre as quais escrevia. Dizendo-o em voz baixa, obtinha textos consistentes. Com princípio, meio, e os fins que lhe apetecia. Sempre negros. Nunca de finais felizes. O auge roçou-o na pequena carta de uma menina apaixonada por um cantor, que descobriu gostar de ser mulher, e depois quis levar a sua própria vida na falésia mais bonita do país onde habitava. Tudo veio a esfumar-se na infelicidade de trazer assim qualquer coisa de desastroso que não se explica.

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